“Zerlina” é uma exposição inicialmente mostrada no Teatro nacional D. Maria II (em Lisboa) por ocasião da apresentação teatral do texto de Hermann Broch (numa encenação de João Perry).
Graças a um programa que ultimamente se tem voltado à fotografia, o Centro de Arte de S. João da Madeira (dando seguimento às propostas dos seus assessores) traz agora a outro público este belo conjunto de fotografias de Jorge Molder.
O fotógrafo trabalhou a partir de uma leitura da obra de Broch. “Os inocentes”.
Nascem assim fotografias impressionadas pela leitura deste texto, definindo na claridade e na penumbra que lhes são específicas essa dramatividade outra a que o trabalho de Molder sabe dar “voz”, numa essencial coerência metódica.
“O absoluto está escondido no eu de um modo inviolável”. Assim começa um excerto que o fotógrafo escolheu para alicerçar a sua leitura que se propõe como uma identificação dos amores (no jogo das transgressões e das impossibilidades) e dos males (sintomas em direcção a um diagnóstico mais drástico: o da própria maldade).