Duas exposições em simultâneo com particular interesse para a história da Fotografia em Portugal e que permaneciam ainda inéditas no Norte.
Trata-se de trabalhos há algum tempo apresentadas em Lisboa no âmbito das actividades da galeria “Ether” dirigida por António Sena. Costa Martins e Sena da Silva são os dois autores abordados.
A obra do Comandante António José Martins é determinante para perceber a passagem da fotografia do início deste século, preocupada na transcrição de valores da pintura, para a fotografia moderna, voltada para o registo quotidiano e intimista através de instantâneos.
Foi comandante do Navio-Hospital Gil Eanes, onde chegou a montar uma câmara escura , experimentando, também as primeiras películas de infravermelho.
Sena da Silva, arquitecto, é, por sua vez, um fotógrafo a descobrir. A obra exposta é apenas uma pequena parte de um percurso escondido, iniciado por volta dos anos 40.
Corresponde aos anos 1956/57, altura em que Sena da Silva planeou, com José Cutileiro, a publicação de um livro sobre Lisboa, para a editora suiça “Guilde du Livre”.
Nesta exposição, tem por um lado, o fascínio das técnicas de ver (o infravermerlho que penetra as brumas e nevoeiros) e de imprimir (o bromóleo pigmentado, formador) de impressões e arrepios): por outro, a alegria de andar na rua no tempo em que não havia engarrafamentos e era giro falar com chuis e magalas.