Ciclo de conversas sobre pintura

Orientadores: Carlos Amaral, Carlos Carreiro, Carlos Trindade, Victor Costa.

Ciclo de conversas sobre pintura

A Pintura, ao longo da sua extensa História cumpriu diferentes intentos ou funções na sua relação com os artistas e a sociedade, os objetos e o mundo.

A dinâmica mundo interno-mundo externo expõe maior complexidade ao conversar de pintura, sendo mais pragmático falar sobre a Pintura. Movimentos de aproximação aos sentidos da arte, onde estará bem presente a noção de processo, os modos de ver e a lógica das sensações, como formas necessárias e organizadas da perceção, bem presentes nas práticas artísticas da Pintura.

No ciclo de conversas em torno desta especialidade artística, nada se pretenderá encerrar, dada a natureza transcendental das extensões semânticas, sem contornos, nem imperativos funcionais da vida. Percebemos serem tão oportunas como raras, as conversas com artistas, criadores de Pintura, onde coincide a vontade de experiências poéticas e de conhecimento, denegando formas de condescendência com certas tendências da cultura da banalidade e outras contradições contemporâneas – fatores de desagregação social. As presentes conversas também pretendem ser um contributo de consolidação.

Armando Aurélio

——

Armando Aurélio

Concluiu a licenciatura do Curso de Artes Plásticas / Pintura (ESBAP/FBAUP) 1987. Foi profissional de desenho no setor do design gráfico e é Professor.

Após a dinamização de atividades como artista plástico, exposições e ateliers (de Pintura, desenho, serigrafia e gravura, no Centro de Arte) desenvolveu estudos na Faculdade de Vigo, de Belas Artes em Pontevedra, onde obteve o Diploma de Estudos Avançados (DEA). Pertence ao Grupo de Investigação Modo; Modos de Conhecimento Artístico, da Faculdade de Belas Artes de Pontevedra. Doutorado pela Universidade de Vigo, na Faculdade de Belas Artes de Pontevedra.

——

8 de outubro
Carlos Carreiro
Como um “parasita de imagens” faz da pintura um exercício de prazer e alegria

Nasceu em 1946 em Ponta Delgada, Açores. É Professor Associado da Faculdade de Belas Artes do Porto. Em 1976 formou o grupo Puzzle, com: Graça Morais, Jaime Silva, Dario Alves, Albuquerque Mendes, Fernando Pinto Coelho, Pedro Rocha, João Dixo e Armando Azevedo. Realizou 70 exposições individuais, sendo a primeira na Galeria Zen; JN; 111, em 1973, (…) e a última na Biblioteca Municipal Tomaz Borba Vieira, Lagoa, S. Miguel, nos Açores, em abril de 2016.

Participou em mais de 300 exposições coletivas, não só em Portugal, como no Brasil, Inglaterra, Espanha, Japão, Argentina, Suécia e França.

Ao longo da sua carreira recebeu 15 prémios de pintura e menções honrosas, em que se destacam: em 1984 “O futuro é já hoje?” C.A.M. da Fundação Caloust Gulbenkian, 1984; Prémio Pintura Verbo Postal, 1984; Prémio Nacional de Pintura da 2ª Bienal de Artes Plásticas da AIP, 1996; Prémio BMW Art Car, Bienal de Cerveira, 1997. Foi comissário em várias exposições, entre elas: “Pintura Moderna Soviética” Porto, Galeria da Praça, 1990; ESBAP – FBAUP, 215 anos de Belas Artes no Porto; Alfândega do Porto, em 1995.

Nas comemorações do 10 de Junho, o Presidente da República atribuiu-lhe a condecoração de Grande Oficial da Ordem de Mérito.

——

15 de outubro
Carlos Trindade
Pintura e Cinema: das influências e relações mútuas

Nasceu no Porto em 1957. Licenciado em Artes Plásticas/Pintura pela FBAUP (1981). Doutorado pela Universidade de Vigo (Departamento de Escultura, 2014) com a tese intitulada “Arte e Memória. Desenvolvimentos e derivações sobre o conceito de memória e sua contribuição à prática artística”. Foi bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) entre 2009-2012, e é membro do grupo de investigação MODO (Modos de conocimiento artístico), do Departamento de Escultura da Universidade de Vigo.

É Professor Auxiliar na ESAP (Escola Superior Artística do Porto), de que foi um dos fundadores e onde tem exercido diversos cargos, desde 1982. Nas suas actividades profissionais interagiu com dezenas de colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos.

Enquanto artista plástico, começou a expor em 1978: realizou 5 exposições individuais e participou em cerca de 150 colectivas, em Portugal e no estrangeiro. Está representado em algumas colecções públicas e privadas (em Portugal, Alemanha, Brasil, Espanha, França, Finlândia, Grã-Bretanha, Holanda, Itália, Luxemburgo e USA). Prémios: 1997 – É distinguido com o Prémio Nacional de Pintura “António Joaquim / Artistas de Gaia”, Vila Nova de Gaia; 1992 – Quadro destacado pelo Júri do “Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende”, Gondomar; 1981 – Quadro destacado pelo Júri do “I Prémio Augusto Gomes”, Matosinhos.

Entre 1976 e 1981 trabalhou em Cinema de Animação, incluindo dois filmes em 16 mm subsidiados pelo IPC (Instituto Português do Cinema), produzidos por Cinematógafo-colectivo de intervenção, do qual foi um dos fundadores. Em 1980 participou nas “Journées Internationales du Cinema d’Animation – 20 ème Anniversaire du Festival Theatre D’Annecy” , a convite do governo francês. Foi monitor durante alguns anos nos “ateliers de animação” do Cinanima. Recentemente, recomeçou a dedicar-se ao cinema.

——

22 de outubro
Carlos Amaral
A Pintura como revelação de uma realidade ainda não manifestada

Nasceu no Porto em 1971
Curso superior de Pintura – ESAP.

Exposições Coletivas ( Seleção):
Expo 98
Quadrado Azul 2011
Quadrado Azul 2012
Madrid 2012
Quadrado Azul 2014
Quadrado Azul 2015
Exposições Individuais: Masp II  1991
Quadrado Azul 2010
Quadrado Azul 2016

O trabalho de Carlos Amaral é, na sua essência, uma revelação física da cor, da memória e do modo como as imagens se apresentam em nós comprimidas, gravadas e resumidas.

O seu processo de construção parte geralmente de uma matéria escura que preenche a tela na sua totalidade e na qual, através da subtração de matéria, o artista vai procurando a luz escondida. Esta longa exposição à subtração da tinta e os vários confrontos entre a matéria escura e o branco da tela produzem a revelação da imagem.

O artista enquanto criador plasma as ideias nas representações que congemina, através do pensamento e da imaginação, relacionando-as com a sua vida individual ou coletiva, experienciada em contextos pragmáticos e semânticos.

——

29 de outubro
Victor Costa
O Processo Criativo

Nasceu em Urgueses, Guimarães, em 1944.
Curso de Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, 1977.
Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Foi Professor Associado da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto até 2005, foi o 1º Director do Núcleo de Arte da Oliva Creative Factory e Director do Centro de Arte de S. João da Madeira de 1986 /2014. Fundador e Membro do Conselho de Administração do Lugar do Desenho, Fundação Júlio Resende.

Expôs individualmente nos anos 80 e 90 na Galeria Módulo em Lisboa e no Porto e posteriormente na Fundação Júlio Resende, Fundação D. Luís em Cascais, Jornal de Noticias, no Porto e Diário de Noticias, em Lisboa, Galeria S. Mamede, Porto e Lisboa, We Art-Aveiro e Galeria Gomes Alves, Guimarães e Matosinhos.

Participou em inúmeras exposições coletivas no país. No estrangeiro expôs em Nova Iorque, Feiras Internacionais de Arte em Madrid, em Espanha e Basel, na Suiça, no Luxemburgo, Goa, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Belém do Pará, Niterói, Museu de Belas-Artes de Santiago do Chile, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Macau e Egipto.

Está representado em várias instituições portuguesas e estrangeiras e tem obra pública de cerâmica, vitrais e tapeçaria.