Uma formação de Arquitecto na Escola Camondo (Paris), dá a Pascal Bost as suas primeiras armas para se lançar no universo da pintura.
Ao iniciar o seu percurso, colabora com vários Arquitectos e descobre paralelamente a
pintura sobre tela e sobre estátuas. Este período gráfico e construido traduz-se hoje num
trabalho mais liberto.
Na actualidade, este jovem pintor, (originário do Sul da França, de Périgord), propõe
-nos um universo pictórico e informal, onde matéria e côr estão em constante simbiose.
O uso de .areias pigmentadas e de aguadas coloridas em oposição a superfícies lisas e
cores vivas, sugerem-nos um mundo de matéria e natureza muitas vezes negligenciado no nosso quotidiano.
Segundo Pascal Bost, o mundo mineral e vegetal, encerra numerosos conceitos: forma,
grafismo, cor, relevo. Toda uma realidade da qual a sua obra se encontra impregnada.
Mais do que procurar “produzir” impressões agradáveis ou desagradáveis, ele deixa-se guiar essencialmente pelas sensações. Tal como o poeta, ele convida o espectador a ultrapassar-se, graças às extraordinárias faculdades da imaginação.
Nada é verdadeiramente real no percurso de Pascal Bost, que se liberta definitivamente
das imagens. Uma emoção e um calor que não são estranhos aos pintores latinos contemporâneos, estão bem presentes na sua obra.
Paleta irrequieta, efeitos de matéria e de transparências, transportam-nos a um universo
muito mediterrânico.
A obra de Pascal Bost, é suficientemente singular e sedutora para despertar o olhar e
acordar as nossas sensações.
A. T G.